
LINHAS INCOMPATÍVEIS
Aqui, o personagem narra a trajetória do luto — mas, desta vez, sem raiva, sem culpa.
Só resta o desejo sincero de que ambos sigam melhor, mesmo que por caminhos distintos.
Linhas Incompatíveis é um retrato cru e honesto de relações longas que chegam ao fim.
Um amor que muda de forma, um passado que se distancia, tornando-se intocável.
É triste, amor.
Mas nossas linhas… estão mesmo incompatíveis.
CÓDIGO LARANJA
No ponto mais sensível do EP, chegamos ao que a dependência emocional, em seus extremos, pode causar: o Código Laranja.
Essa faixa é uma crítica direta ao modo de funcionamento de uma sociedade adoecida — que isola e silencia ao menor sinal de desvio comportamental.
Aqui, te faço um convite incomodo: quem é o verdadeiro “louco”? Aquele que se rende a um sistema que tortura psicologicamente a todos — ou aquele que se recusa a se encaixar e, por isso, é chamado de “maluco”?
Não existe Setembro Amarelo num mundo onde sobram Códigos Laranjas.
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RESPIRO
Esse é o início do fim — ou, quem sabe, o começo da cura.
E ela não está em outro lugar senão dentro de si.
O personagem finalmente enxerga: o vilão da história sempre foi ele mesmo. Nunca adiantou terceirizar a culpa.
Neste momento, ele assume os próprios erros, reconhece a auto negligência — e, enfim, começa a caminhar rumo a um novo começo.

CULPA
A raiva não dura.
O que vem depois é a culpa — e ela queima mais do que o fogo.
É aí que se revela o verdadeiro vilão dessa história: a busca no outro por algo que não se encontra em si.
Um retrato doloroso da dependência emocional e da corrosão silenciosa que ela impõe a qualquer vínculo — seja par, grupo ou laço.

INTRO
Quer um spoiler desse conceito?
Logo de cara, tudo aponta para a dor e a angústia de quem está prestes a romper com velhos ciclos que já não servem mais. É como usar uma roupa que pinica, aperta e limita — e quanto mais você insiste em vesti-la, mais evidente fica que cresceu, que mudou, que aquilo já não cabe.
ACÑEB é exatamente sobre isso: o processo de se despir do que não nos pertence mais.
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RAIVA
Qual foi sua primeira reação diante da despedida?
A minha foi a raiva.
Ela veio quente, impulsiva, atropelando a razão e criando contradições — como alguém que rejeita a amizade, mas ainda assim deseja ser amigo.
O que será que fica nessas feridas?
Talvez apenas o sal grosso da memória.
Memória de relações que um dia foram oceanos — intensas, imensas — e que agora se tornaram distantes.
Mas que, mesmo distantes, continuam gigantes dentro da gente.
Alguma coisa não está bem

As ondas do mar, o calor da areia, o frio do vento.
Os elementos sonoros do EP — assim como suas imagens — buscam retratar a paisagem sensorial do oceano: sua imensidão, sua beleza e também seus perigos.
Porque, no fundo, é disso que se trata a paisagem sonora humana: a calmaria e a tempestade convivem, lado a lado, dentro da gente.


